Raul Seixas disse uma vez: "Quem dera eu ser mais burro, não sofreria tanto". E tirando o fato de que a burrice é relativa, a ignorância é mesmo algo que traz paz. Dentro da piscina da ignorância você está dentro da sua zona de conforto. Nada te leva à mudança, e o que existe é a inércia. O conhecimento que vem já foi interpretado por alguém e vem todo mastigadinho. Você não reflete sobre ele, só o replica quando é conveniente, e evita o debate de ideias sempre que possível.
Quem é questionador sabe que não é fácil ser assim. É um caminho muito mais dolorido, que te faz ter contato com conflitos éticos, morais, filosóficos, mentais e espirituais que muitas vezes nem vão ter saída. Mas questionar te faz entender o mundo através do seu próprio olhar. É uma questão de personalidade. Se você fosse o Neo, no filme "Matrix", tomaria a pílula azul ou a vermelha? É disso que se trata.
Como se não bastasse o ímpeto questionador, geralmente quem tem esse perfil também se depara com outra dificuldade: o melindre do mundo e a falta de tato.
E se o melindre do mundo está fora do nosso alcance, trabalhar o tato para saber questionar da melhor maneira, a fim de obter as melhores respostas, é um trabalho também sem fim.
Além disso, questionar não envolve somente um processo externo. Aliás, é acima de tudo questionar a si mesmo a todo momento, e isso é bem cansativo. Questionar se você é quem gostaria de ser, se está num caminho que condiz com seus objetivos. Questionar a sua própria postura diante das pessoas, as próprias qualidades e pontos a melhorar. É... é desgastante.
Mas existe outro caminho para a evolução pessoal que não seja esse?
Comments